Seja bem-vindo (a) ao Hospital da LAPA

Pedido de marcação online : aqui
  Contacto : 22 550 28 28 (Chamada rede fixa nacional)

Hospital da Lapa ajudou a nascer mais de cem mil portuenses

Leia a reportagem especial do JN sobre o Hospital da Lapa: aqui

Construir um hospital para “tratamento dos irmãos enfermos, especialmente dos mais carenciados”,foi o propósito da Irmandade da Lapa, no Porto. A celebrar 120 anos, o Hospital da Lapa, unidade privada, prepara-se para “enfrentar mais 120 anos ” com novos serviços clínicos e de medicina interna. Ainda assim, a grande referência do hospital, que nos anos 80/90 era visto “como uma das maiores maternidades do Norte do país”, com mais de 1600 nascimentos por ano, continua a ser o serviço de ginecologia e obstetrícia. Em 120 anos, estima-se que tenham nascido mais de cem mil “Bebés Lapa”. 

“Nascer na Lapa é muito mais do que uma mera tradição para um portuense. Nascer na Lapa é orgulho e tradição! Na família, nos amigos, nos conhecidos, há sempre um‘Bebé Lapa’, conta, orgulhosa, Maria ManuelaRebelo, provedora da Irmandade da Lapa. “Diariamente é enviado um postal de parabéns por email aos ‘Bebés Lapa’”, sublinha. Além disso, todos os anos “as mamãs Lapa e todas as grávidas” são homenageadas numa missa, a 8 de dezembro. 

O primeiro registo conhecido é do nascimento de Armando Pinheiro, “às seis da manhã da madrugada do dia 11 de outubro de 1933”, pode ler-se nos documentos da Irmandade. A mesma fonte indica que durante a infância o utente “visitou regularmente o Hospital da Lapa com a mãe, recordando-se bem das consultas de pediatria e manteve-se cliente do hospital até há menos de uma década”. A unidade materno-infantil está dotada de uma sala de partos, de uma sala de cirurgia, sala de recobro de parturientes, incubadoras, fototerapia e berçário. 

NOVAS VALÊNCIAS
No próximo mês são esperadas novas valências no hospital, incluindo o internamento no serviço de medicina interna, que até à data só tem consultas. 

No inicio de 2025 arrancarão métodos adicionais de diagnóstico, como endoscopias e colonoscopias, exames que podem ser prescritos pelos médicos do Serviço Nacional de Saúde através de um Pl, e marcados com apenas uma semana de antecedência. Por conta disso, o serviço de gastroenterologia foi alvo de remodelação no início do ano. Já este mês começaram consultas de geriatria e estão a ser programadas outras de cuidados paliativos. 

“Queremos acrescentar e evoluir, levar o testemunho de outros profissionais de saúde que no passado tiveram o mérito de fazer chegar o Hospital da Lapa até aos dias de hoje”, resumiu ao JN o diretor clínico,João Neves, 43 anos, especialista em medicina interna no Hospital de Santo António”, que no início do ano aceitou o “desafio de pôr as mãos na massa” no Hospital da Lapa. 

“RESPOSTA COMPLETA” 
Naquela unidade, o utente será atendido com base num modelo “que prevê que as consultas individuais com um só médico passem por uma estratégica de equipa”, tendo em vista “uma resposta completa”, explicou o diretor clinico. João Neves exemplificou com o caso de um doente “que sofre de obesidade, que vai servir de sentinela para questões como a hipertensão ou a nutrição, e que vai passar a ser acompanhado por uma rede de suporte”. “Queremos tratar bem os nossos utentes, dando-lhes uma resposta de qualidade”, vincou. Nesse contexto, já a partir do próximo mês passará a haver no hospital dois profissionais de educação física “com o enfoque na reabilitação física do paciente”. 

Ao todo serão mais de 400 os profissionais que trabalham no Hospital da Lapa (110 são do quadro). Desde o início do ano, e segundo o diretor clínico, foram contratadas 40 pessoas, entre os 35 e os 55 anos: “15 profissionais para assegurar consultas e internamento e mais 25 para assumir escalas”, com um perfil alinhado com os valores da instituição: “Empáticos, com maior humanismo e que acreditam no projeto”.

ACORDO PARA GESTÃO 
Estes novos serviços surgem na sequência da entrada, no ano passado, da Lapacare – associação entre a Antena Equity Partners, a 3T Portugal e a HLine – na gestão e exploração da unidade, no âmbito de um acordo celebrado com a Irmandade da Lapa, que conserva a propriedade do hospital. 

Rosário Bessa, diretora de enfermagem, há 37 anos na Lapa, confirmou que se vive “uma nova energia” no hospital, que serve como um “impulso”. 

Para comemorar os 120 anos, vai ser ainda lançado o cartão Lapa, que num primeiro momento dará descontos aos membros da Irmandade. 

Um sorriso que ilumina a instituição há 48 anos.
É o primeiro sorriso que se vê antes de subir a escadaria do Hospital da Lapa.JoaquinaCosta trabalha na instituição há 48 anos e é das funcionárias mais antigas. “Tem sido maravilhoso!”, confessa a porteira que já passou por todos os serviços. Já foi auxiliar no hospital, a trabalhar lado a lado com médicos e enfermeiros, já passou pelos serviços da lavandaria, cozinha e costura, assumindo agora, aos 64 anos, tarefas de porteira. 

“Todos os dias me sinto útil, porque as pessoas, sobretudo aquelas que vão ser operadas, chegam aqui muito desorientadas e fragilizadas e na portaria tentamos sempre ajudar toda a gente”, explicou, preferindo adiar a ideia da reforma. “Para já, não quero sair. Talvez comece a pensar nisso no próximo ano ou talvez no outro aseguir”, disse a funcionária, que nasceu em Angola e vive nos Carvalhos, em Gaia.

“PRIMEIRA CASA” 
Joaquina dedica-se com afinco ao trabalho na Ordem da Lapa desde os 17 anos e revela, com orgulho, que a filha única, Helena, de 34, “é médica de oncologia”. Porém, rejeita que o facto de sempre ter trabalhado numa unidade de saúde a tenha influenciado: “Sempre foi uma excelente aluna e seguiu naturalmente o seu percurso”. 

Desafiada a encontrar uma palavra que defina a sua relação com a Lapa, é perentória: “Casa”. “É a minha segunda casa, ou melhor, até acaba por ser a primeira, porque passo mais horas aqui ”. A porteira considera os colegas como “família” e destaca o “ambiente acolhedor” que se vive no hospital.

ENTREVISTA 
Maria Manuela Rebelo, Provedora da Irmandade da Lapa

Adaptação a uma nova realidade.
É a primeira provedora mulher?

É verdade! Num mundo tradicionalmente de homens, foi o provedor Sousa Faria, amigo da família, que me convidou para vir para a Irmandade, porque era um homem com uma visão de futuro um bocadinho diferente. Sou mesária desde 1987, portanto, ligada à Irmandade já há muito anos. Foi um desafio e uma paixão que me fizeram assumir este cargo.

O que é que trouxe à instituição? 
Nada se faz sozinho, é toda uma equipa e, nesse sentido, trouxemos uma mudança, trouxemos um virar de página para a instituição, que tem diversas valências, todas elas com enorme reconhecimento.

O reforço de investimento no hospital ficou a dever-se à crescente concorrência de unidades de saúde privadas?
Tínhamos de resistir e ter mais 120 anos pela frente. Por isso, tínhamos efetivamente de adaptar-nos a uma nova realidade. Não querendo ser igual a nenhum dos outros hospitais, mas num segmento muito específico, em que os clientes não querem a massificação, e que optam por um tratamento personalizado, humanizado.

Como está a correr a relação com a Lapacare? 
Muito bem! O entendimento entre a Irmandade e a nova gestão é perfeito e está a corresponder às expectativas que depositamos nesta equipa de gestão.

Foto: Pedro Granadeiro